quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

A "METAMORFOSE" DO AMOR

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Amor... Sentimento eterno enquanto dura, como dizia Vinícius de Moraes, a fim de caracterizar a ausência de permanência, a finitude dessa experiência humana ímpar. Por outro lado, amar indica uma eterna busca pela nossa outra metade, a qual nós não sabemos onde está nem quem seja. Por consequência existem diversas opiniões acerca do tema,umas acreditando que o amor seja duradouro, como nos dizem os poetas e os apaixonados, e outras tomando o amor como algo passageiro e banal, assim como a própria existência humana.

Amar e ser amado corresponde a uma busca insistente que, de tão complexa, a primeira pessoa que encontramos já julgamos ser a nossa cara metade, o amor de nossas vidas. E quando nos decepcionamos com a desilusão, ainda assim nos sentimentos ao mesmo tempo destruídos e impulsionados a buscar outro "amor".

E após ler livros de época, que narram lindas histórias com finais felizes, vejo que hoje em dia o amor foi banalizado, deixou de ser gratuidade para ser uma troca quase que mercantil. Semelhante a um objeto, ele se transformou em um sentimento cobrado, que pode, estranhamente, ser comprado e também substituído, como indica a "rotatividade" das relações amorosas. Assim, o amor contemporâneo, como os produtos perecíveis nas prateleiras dos supermercados, tem data de validade.

Mas, então, amar ou não amar? Eis a questão...

Amar e não ser amado é, sem dúvida, um mal menor do que não tentar amar. O amor desperta tantas sensações indescritíveis que de certa forma faz valer a pena a possibilidade da perda. Porquanto, de acordo com o pensamento filosófico de Heráclito, tudo está em constante movimento e transformação; por consequência, quem não ama poderá ser amado, quem não é amado, poderá tentar amar, quem não é correspondido, poderá ser um dia, com todos os riscos que as tentativas implicam. Além disso, oferecer o nosso amor para quem não quer ser amado apenas potencializa a capacidade humana de arriscar-se. Ainda que não dê certo, o mais importante é que nós nos abrimos para uma magnífica experiência de vida.

Com certeza, melhor do que não tentar, sob o medo de se arrepender, é tentar e enfrentar todas as conseqüências, todas as renúncias requeridas pela vida a dois, haja vista que a beleza da existência humana reside aí: "em um universo cheio de problemas, de incertezas e medos", o verdadeiro ser humano revela, por própria escolha, que não tem medo de tentar ser feliz.

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